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Observação, análise e comentário de todas as coisas mundanas.
No início tinha alguma graça. Quando cheguei ao Hotel em Munique tinha à minha espera um pastel de nata e uma maçã. Até pensei que era o hotel a armar-se ao pingarelho: o gajo vem de Portugal, vamos colocar aqui um pastel de nata. Achei bem.
Os hotéis foram aliás das primeiras organizações a tratar os seus clientes com estes cuidados.
Acontece que dormi essa noite como um justo, acordei no dia seguinte e fui à minha vida e quando voltei, no final da tarde do dia seguinte, tinha à minha espera um pastel de nata e uma maçã. E não posso jurar mas pela disposição das manchas de queimado em cima, é o mesmo pastel de nata.
E aqui estou, há três dias, a travar esta batalha de nervos com a camareira: ela não remove o pastel, e eu não o como. Aposto que chega de manhã para trocar as toalhas e a primeira coisa que faz é verificar o pastel. Eu é o que faço quando chego à noite. Assim que abro a porta, lá está ele, ao lado da escrivaninha bávara. Entreolhamo-nos, o pastel e eu.
Ontem fiz uma pequena marca no pastel, impercetível e única. Até estou um pouco ansioso para que o dia passe rápido, para finalmente ter a certeza de que se trata do mesmo pastel e não um pastel em tudo idêntico, talvez fruto de um impecável processo de produção.